Uma máxima da Ciência é que nada no Universo é tão complexo quanto o cérebro humano – a não ser o próprio Universo! Com 100 bilhões de neurônios formando infindáveis conexões entre si, o cérebro é capaz de processar uma quantidade gigantesca de informações que chegam, todos os segundos, aos nossos órgãos sensoriais. É capaz de imaginar futuros hipotéticos, de analisar o passado, de sonhar, de pensar sobre si próprio… a maneira como estes processos funcionam, porém, continua sendo um dos maiores mistérios que o ser humano tenta desvendar.
“Tudo o que fazemos, todos os pensamentos que já tivemos, tudo foi produzido pelo cérebro humano. Mas exatamente como ele funciona é um dos maiores mistérios não resolvidos, e parece que, quanto mais tentamos revelar seus segredos, mais surpreendidos ficamos”, Neil deGrasse Tyson (1958 – ), astrofísico norte-americano.
Nosso cérebro equivale a apenas 2% do peso do corpo, mas consome, sozinho, 20% de todo o oxigênio e energia disponíveis. É uma fábrica de idéias, conceitos e interpretações que funciona 24 horas por dia. Quando estamos acordados e o cérebro funciona a todo vapor, ele produz energia suficiente para acender uma pequena lâmpada!
COMO TUDO COMEÇOU
Por onde começamos o estudo de um órgão tão complicado? Há mais de 120 anos, o cientista espanhol Santiago Ramón y Cajal dava início a uma vertente da Ciência que busca desvendar os enigmas por trás do poder cerebral: a neurociência. Com um microscópio comum e um corante revolucionário para a época, Santiago conseguiu corar neurônios individuais e descobrir padrões celulares nunca antes percebidos, abrindo caminho para os primeiros estudos das células e das estruturas que permitem ao cérebro funcionar.
À época, acreditava-se que o cérebro e os neurônios trabalhariam como uma imensa rede, sempre fisicamente conectada. Mas o cientista espanhol observou que todas as maravilhas criadas pelo cérebro eram, em essência, o trabalho de inúmeras pequenas células individuais, que se comunicavam através de “pequenos fios”. Hoje em dia, sabemos muito mais sobre a anatomia e a biologia do órgão – e ainda estamos descobrindo muito todos os anos. Mas uma coisa não mudou desde o século passado: o encantamento que cada nova descoberta sobre o cérebro traz! Assim como Santiago, os cientistas modernos continuam dedicando esforços para descobrir os menores detalhes sobre ele, e vibram a cada novidade comprovada.
Sobre suas observações ao microscópio, Santiago expressou: “Que espetáculo inesperado! Sobre um fundo amarelo perfeitamente translúcido, esparsos filamentos negros apareceram; eram lisos e finos ou espinhosos e grossos, assim como corpos triangulares, estrelados ou fusiformes! Alguém poderia pensar que eram desenhos feitos em tinta chinesa ou papel transparente japonês. O olho fica desconcertado (…)”.
De fato, analisar o cérebro sempre suscitou exclamações de espanto, quase poéticas! Desde a técnica antiga de Santiago até os métodos mais sofisticados de hoje em dia, ver de perto como o cérebro é organizado continua sendo uma tarefa belíssima e muito inspiradora.
A ERA MODERNA
“O cérebro humano possui 100 bilhões de neurônios, cada neurônio conectado a 10 mil outros neurônios. Sobre nossos ombros temos a máquina mais complicada de todo o Universo”, Michio Kaku (1947 – ), físico teórico.
Hoje, tecnologias como o MRI e PET-scan ajudam a Ciência a avançar nos conhecimentos de como o cérebro funciona e como as células cerebrais se comunicam umas com as outras. Avançamos das simples análises ao microscópio de Santiago à observação de neurônios em funcionamento, em tempo real, em seres humanos!
Mais do que isto: com base nestas novas tecnologias, o conhecimento moderno do cérebro nos ajuda a compreender, prevenir e tratar doenças que afetam nossa preciosa “máquina de pensamentos”. Dentre elas estão o AVC e a epilepsia, foco de estudos da equipe de pesquisadores do BRAINN!
Fascinados por um quebra-cabeça tão complexo como é o funcionamento cerebral, os pesquisadores do BRAINN dedicam seus esforços na investigação dos mecanismos que levam à epilepsia e ao acidente vascular cerebral (AVC), assim como os danos causados por sua progressão. Tudo em busca de novas maneiras de compreender, tratar e prevenir estas e outras doenças do cérebro.
A importância de tais estudos é enorme: de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 15 milhões de pessoas sofrem AVCs todos os anos no mundo; destas, 1/3 adquire seqüelas graves e 1/3 acaba falecendo. Quanto à epilepsia, ela atinge, hoje, 50 milhões de pessoas, de todas as idades, e ainda não tem cura.
O BRAINN une cientistas renomados das mais diversas áreas do conhecimento para enfrentar os desafios do estudo do cérebro. Para isso, várias “frentes de batalha” são combinadas, incluindo genética, neurobiologia, farmacologia, neuroimageamento, informática, robótica, engenharia e física.
Os resultados dos estudos produzidos no BRAINN irão beneficiar não apenas pacientes com epilepsia, AVC e outras doenças prevalentes, mas também contribuirão substancialmente para o avanço das discussões científicas nos campos da neurologia, psiquiatria e das neurociências cognitivas.
Junte-se você também ao time de especialistas do BRAINN nesta empolgante jornada científica por dentro de nossos cérebros! Acompanhe no portal BRAINN.org.br as mais recentes descobertas e notícias sobre “a máquina mais complexa do Universo” e aprenda tudo sobre o cérebro através de nossos materiais educativos.
Afinal, como bem explicou o ganhador do Nobel, neurologista e bioquímico Stanley Prusiner (1942 – ),“A neurociência é de longe o ramo mais empolgante da Ciência, porque o cérebro é o objeto mais fascinante do Universo. Todo cérebro humano é diferente – o cérebro torna cada humano um ser único e define quem somos nós” – …como não se apaixonar pelo conhecimento sobre o cérebro? Venha conosco neste aprendizado!