Pesquisadores associados ao CEPID doam tempo, experiência e equipamentos na luta contra o novo coronavírus.
30 de abril de 2020 | por Redação WebContent
Frente ao aumento no número de casos de COVID-19 em todo o país, em especial no estado de São Paulo, viabilizar testes diagnósticos para a doença passou a ser prioridade para os sistemas de saúde. A Unicamp, no início do mês, ganhou certificação do Instituto Adolfo Lutz e, com isso, começará em breve a realizar testes para COVID-19 em larga escala.Eles serão feitos em um novo laboratório, que está sendo montado exclusivamente para esta finalidade, e que conta com a ajuda de pesquisadores e equipamentos do CEPID BRAINN.
André Vieira, pesquisador associado do CEPID BRAINN, é coordenador da Frente de Pesquisa e Desenvolvimento da Força-Tarefa da Unicamp contra a COVID-19. André já participou da elaboração de novos protocolos de testes para o coronavírus, baseados em reagentes nacionais. Agora, trabalha na organização do novo laboratório e na logística para a realização de centenas de testes diagnósticos por dia.
Dentre os diversos desafios enfrentados pelos pesquisadores está a falta de equipamentos adequados para manipulação segura de materiais que contenham o vírus. Cabines de fluxo laminar – essenciais no processamento inicial das amostras -, por exemplo, estão em alta demanda no país, com “listas de espera” de meses para a compra. Por isso, o novo laboratório contou com a colaboração da Dra. Iscia Lopes Cendes, pesquisadora principal do CEPID BRAINN, que emprestou um fluxo laminar de nível elevado de biossegurança (B2) para a iniciativa. O equipamento é um dos poucos da Unicamp capaz de trabalhar com ar 100% renovado, totalmente eliminado do ambiente laboratorial, garantindo o grau adequado de segurança para o processamento de amostras contaminadas com o coronavírus.
“A disponibilidade de equipamentos nesse momento é algo crítico. Mesmo tendo equipe e recursos para investir em pesquisas, sem estes equipamentos adequados os estudos são inviáveis, dado o risco biológico que o novo coronavírus representa”, afirma André Vieira.
“É importante salientar o importante papel da Força-Tarefa no combate ao COVID-19 montada pela Pró-Reitoria de Pesquisa da UNICAMP”, explica Iscia. “Essa iniciativa foi viabilizada em pouquíssimo tempo e já está muito bem organizada, com várias frentes de trabalho, oferecendo suporte para os grupos envolvidos na assistência aos pacientes (como para a realização dos testes por RT-PCR) e também na pesquisa. Outro ponto a se ressaltar é a grande integração entre vários grupos de pesquisa de diferentes unidades da UNICAMP”, disse a pesquisadora.
“Para mim foi um enorme prazer poder ajudar com o empréstimo do fluxo laminar”, afirmou Iscia Lopes Cendes.
O novo laboratório está sendo montado no Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD) da Unicamp e deve ficar pronto ainda essa semana. Nesta quarta-feira (29/04), a Prefeitura de Campinas anunciou uma parceria com a Universidade, atualmente em processo final de negociação, que prevê a realização de 10 mil testes para o novo coronavírus. Será a estreia do novo laboratório e do fluxo laminar –colaborações que colocam também o CEPID BRAINN no centro da luta contra a COVID-19.