Assista à entrevista com o pesquisador do CEPID BRAINN, Fernando Cendes, sobre os motivos por trás do aumento no número de atendimentos e a importância dos tratamentos para a epilepsia.
Resumo da notícia
Em 2024, atendimentos ambulatoriais para epilepsia aumentaram 120.65% no sistema público de saúde na região de Campinas (SP). O neurologista Fernando Cendes, pesquisador do CEPID BRAINN, aponta algumas possíveis razões para este aumento:
- Mais acesso aos serviços públicos para tratamento da condição
- Pode ser um reflexo de um maior número de neurologistas atendendo no serviço público
- Efeito tardio da pandemia: “As pessoas ficaram muito tempo sem ter atendimento adequado e agora isso está se normalizando”
- Perda de acesso ao convênio médico, ou impossibilidade de pagar uma consulta privada
Matéria originalmente publicada no website do G1 Campinas e Região
Os atendimentos ambulatoriais de casos de epilepsia aumentaram 120.65% no sistema público de saúde, na região de Campinas (SP). Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, foram 1.041 atendimentos em 2023, contra 2.297 no ano passado.
O número de internações também aumentou. Foram 832 em 2023 e 894 em 2024, um crescimento de 7,45%. Para Fernando Cendes, neurologista da Unicamp, os dados apontam aumento na busca por atendimento público e efeito tardio da pandemia de Covid-19, mas estão abaixo do esperado.
“As pessoas ficaram muito tempo sem ter atendimento adequado e agora isso está normalizando. Mas [o aumento] também pode refletir um aspecto positivo, que é o das pessoas terem mais acesso aos serviços públicos para o tratamento da condição”, avalia o neurologista. “Podemos incluir também que muitas pessoas perderam o convênio médico ou não tem condições de pagar uma consulta privada”, completa Cendes.
Porém, para Cendes, o número de atendimentos realizados ainda é pequeno quando se leva em consideração a estimativa de que a epilepsia atinge ao menos 1% da população.
“Existe ainda uma brecha no tratamento. Muitas pessoas ainda não chegam nos neurologistas, principalmente em lugares remotos, e não tem tratamento adequado”, pondera.
Assista à entrevista no site G1 Campinas
Causas e tratamento
A epilepsia é uma doença em que há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, causando convulsões. Pode ocorrer como resultado de um distúrbio genético, de uma lesão, uma infecção, um traumatismo ou um acidente vascular cerebral.
“As crises podem ser generalizadas, quando envolve o cérebro todo, ou focais, quando uma área específica está envolvida. Cada paciente tem uma forma de epilepsia, e ele tem as manifestações das suas crises características”, explica Cendes.
A epilepsia geralmente é tratada com medicamentos e, em alguns casos, mudanças alimentares ou cirurgia.
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Cendes reforça que os remédios precisam ser tomados da forma correta. “O tratamento com medicamentos vai controlar de 70% a 80% das pessoas com epilepsia. Tem que ser o medicamento correto para aquele tipo de crise. Se a pessoa falha em tomar o medicamento, aí o tratamento não vai ser eficaz”, explica o neurologista.
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