Artigo publicado no Journal of Community Genetics analisa o panorama da medicina de precisão no país. Confira na íntegra.
As pesquisadoras do CEPID BRAINN Thais C. de Oliveira e Iscia Lopes-Cendes publicaram no último mês um artigo de revisão sobre genética de população e o estado da medicina de precisão no Brasil – um país notoriamente desafiador para tais pesquisas e iniciativas, dada sua extensão geográfica, a grande diversidade de sua população e as dificuldades socioeconômicas que impactam o progresso da ciência e da medicina de ponta.
Sobre o paper
- Título: Population molecular genetics in Brazil: From genomic databases and research to the implementation of precision medicine
- Autores: Thais C de Oliveira, Iscia Lopes-Cendes
- Revista: J Community Genet. 2024 Nov 19
- Keywords: Genetic testing; Genomic medicine; Genomics in Latin America; Population genomics
- DOI: https://doi.org/10.1007/s12687-024-00752-5
- Citação: de Oliveira TC, Lopes-Cendes I. Population molecular genetics in Brazil: From genomic databases and research to the implementation of precision medicine. J Community Genet. 2024 Nov 19. doi: 10.1007/s12687-024-00752-5. Epub ahead of print. PMID: 39557816
O artigo traça um panorama revolucionário para a medicina de precisão, com crescimento acelerado de adoção nos últimos anos e grande potencial de impacto na saúde pública nas próximas décadas. Afinal, um de seus objetivos é, por meio da análise genética individual, obter diagnósticos e terapias personalizadas, mais eficientes e com menos efeitos colaterais que os medicamentos atuais (criados para o ‘grande público’).
Aplicar a medicina de precisão em um país como o Brasil – de dimensões continentais, com grande variabilidade genética em sua população e recursos econômicos, técnicos e científicos limitados – é um projeto complexo, que depende também da disponibilidade de bancos de dados robustos com informações genéticas e genômicas. Nesse sentido, o review cita algumas iniciativas importantes, dentre elas o BIPMed. Criado em 2015 como colaboração entre 05 CEPIDs FAPESP (incluindo o BRAINN), o BIPMed pretende caracterizar a diversidade genética da população brasileira e fornecer acesso ético a dados biomédicos, facilitando o compartilhamento de conhecimento e a educação/treinamento em genética molecular humana, biologia computacional e campos relacionados. O banco de dados contém atualmente informações genéticas/genômicas de 948 indivíduos e pode ser acessado por pesquisadores de todo o mundo.
Ao longo do artigo, as autoras discutem os diversos desafios envolvidos na implementação da medicina de precisão, traçam um panorama dos avanços realizados nas últimas décadas e fornecem direcionamentos sobre o futuro – concluindo que, apesar das dificuldades de um projeto de tão larga escala, progressos substanciais foram feitos recentemente. “[Projetos de análises genômicas da população brasileira já em prática] destacam a importância de colaborações interdisciplinares, em que pesquisadores, profissionais de saúde, formuladores de políticas e stakeholders trabalham juntos para garantir que as iniciativas estejam alinhadas às reais necessidades da população brasileira, principalmente por meio do SUS, porque ele afeta de forma primária o tratamento dessa população”, concluem.
O artigo pode ser lido na íntegra no link abaixo:
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