Pesquisadora Amanda Morato do Canto, membro de grupo de pesquisas sobre epilepsia do CEPID BRAINN, recebeu menção honrosa em premiação durante o 6º BrProt.
Durante o 6º Congresso da Sociedade Brasileira de Proteômica / Summit Brasileiro de Metabolômica (6º BrPROT), que ocorreu de 16 a 19 de setembro de 2024, em São Paulo, a pesquisadora dra. Amanda Morato do Canto recebeu menção honrosa na segunda edição do Prêmio Gilberto B. Domont, que reconhece a excelência científica de jovens pesquisadores que atuam no Brasil na área de proteômica.
O prêmio homenageia um dos pioneiros em proteômica no país – o Professor Gilberto B. Domont, co-fundador da Rede de Proteômica do Rio de Janeiro e da Sociedade Brasileira de Proteômica (BrProt) em 2012.
Além da menção, Amanda realizou uma apresentação oral, intitulada “Investigating proteomic and metabolomic signatures in mesial temporal lobe epilepsy: insights into novel therapeutic strategies“, na qual detalhou sua jornada científica, as áreas de interesse de suas pesquisas, os estudos em proteômica e metabolômica, os artigos publicados e o impacto desses trabalhos no aprofundamento do conhecimento sobre epilepsias.
PROTEÔMICA E EPILEPSIA
Epilepsia é um dos principais assuntos estudados no CEPID BRAINN. A pesquisa de Amanda está intimamente vinculada ao tema, avaliando alterações em níveis de proteínas e de metabólitos em tecidos cerebrais de pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial – uma das formas mais prevalentes e impactantes da doença, e uma área de destaque nos estudos do CEPID.
Amanda trabalha desde 2013 em pesquisas vinculadas ao grupo da dra. Iscia Lopes-Cendes, com estudos focados na doença. Inicialmente, trabalhou na análise do perfil de proteínas em diferentes regiões do hipocampo em modelos animais com epilepsia (e, posteriormente, em tecidos humanos), buscando compreender como a variação dos níveis de proteínas poderia estar relacionada tanto à doença quanto à resistência a fármacos utilizados para tratamentos.
O que é proteômica e metabolômica?
A proteômica é a análise do conjunto de proteínas expressas em uma amostra biológica (como um tecido, um órgão ou até mesmo um organismo). Trata-se de uma vertente relativamente recente da biologia molecular, que busca identificar, quantificar e avaliar os tipos de proteínas que existem em um material, incluindo suas isoformas. Com isso, os pesquisadores podem buscar correlações entre a presença de certas proteínas e doenças, avaliar a expressão gênica, descobrir alvos terapêuticas e identificar novas moléculas bioativas, por exemplo.
A metabolômica também é uma área recente da biologia molecular e com objetivos similares aos da proteômica, mas tem foco nos metabólitos, ou seja, em pequenas moléculas que compõe o metabolismo de um organismo e representam produtos finais de processos celulares. Exemplos de metabólitos são carboidratos, aminoácidos, ácidos orgânicos, lipídios e íons.
Em termos simplificados, a proteômica permite obter informações detalhadas sobre o que ocorre nas células de um organismo, e seu impacto tanto local quanto sistêmico. A metabolômica, por sua vez, traça um painel do estado fisiológico geral daquele organismo.
Mais recentemente, Amanda e colegas iniciaram estudos em metabolômica, analisando o plasma sanguíneo de pacientes com epilepsia farmacoresistente a fim de determinar seu perfil metabolômico e buscar possíveis biomarcadores para a doença – o que poderia permitir, no futuro, formas adicionais e aprimoradas de diagnóstico.
Além desses trabalhos, Amanda une os conhecimentos em proteômica e metabolômica em estudos sobre sinaptossomos, isto é, terminais sinápticos isolados de um neurônio – neste caso, extraídos de material proveniente de pacientes com epilepsia – , a fim de analisar em profundidade os mecanismos alterados de neurotransmissão na doença.
O CEPID BRAINN parabeniza a pesquisadora pela menção honrosa no 6º BrProt e pelos avanços na compreensão da epilepsia! Para saber mais sobre as pesquisas, confira a matéria abaixo, da Agência FAPESP, sobre resultados do grupo de pesquisas do BRAINN na compreensão da expressão gênica diferencial em casos de epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM).
Pesquisa brasileira mostra mecanismo genético envolvido na forma mais grave de epilepsia